Realizou-se, no passado dia 3 de março, no auditório AVK da Bolsa de Turismo de Lisboa, uma conferência sob o tema “Atrair e reter talento na indústria de eventos”.
Com moderação de Rui Ochôa, da Event Point, o painel de debate contou com a presença e participação do Secretário de Estado do Trabalho, Miguel Fontes, de António Marques Vidal (APECATE – Associação Portuguesa de Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos), Luís Viegas (APEFE- Associação de Promotores de Espetáculos, Festivais e Eventos), Teresa Broccoli (MPI – Meeting Professionals International), Cláudia Lopes (MUD.E) e Sandra Matos (Please Disturb Tourism Experts).
Diversos foram os temas debatidos, designadamente:
•    Os motivos que levam os jovens a optar por outro país para exercer a sua atividade profissional, tendo sido evidenciados fatores como os impostos, a excessiva burocratização associada ao estatuto de trabalhador de cultura, a precariedade do emprego e falta de esclarecimentos gerais, por parte do Estado, em matéria de trabalho e segurança social;
•    Os desafios que Portugal atravessa para poder captar os jovens, nomeadamente a Educação e o rendimento/remuneração.
Em resposta à discussão de que os impostos são um problema estrutural do país, e que as experiências pontuais nos jovens (como efetuar pequenos trabalhos e serviços no âmbito de um evento) não deveriam obrigar à necessidade de coleta, Miguel Fontes aproveitou a oportunidade para avançar que está já prevista uma medida no programa do Governo, que contempla esta situação.
Foi igualmente efetuada uma comparação com as situações vividas em outros países europeus, nomeadamente em Espanha, onde os estudantes têm uma componente prática obrigatória, em participação de eventos, num total de 340 horas – sendo este trabalho remunerado. 
O voluntariado, ações de mentoria, formação, medidas de redução de custos económicas e garantia de tempo para atividades de lazer foram também evidenciados como importantes fatores que poderão atrair e/ou reter talento.
Finalmente, destacou-se o facto de o problema em debate não respeitar unicamente aos jovens, como também às gerações que têm já possuem experiência significativa na indústria dos eventos, sendo que existe muita dificuldade em passar conhecimento intergeracional. No entanto, também estas gerações mais experientes deverão aprender com os jovens, não apenas novas abordagens perante o trabalho, mas perante a própria vida.

A conferência foi promovida pela Fundação AIP, pela Event Point e pelo Capítulo Ibérico do MPI.